domingo, 11 de outubro de 2009

O texto em que sou mais sincero e em que falo apenas daquilo que sinto é aquele que me é mais difícil de escrever. O que sinto parece não querer fluir pelos meus dedos e mostrar-se ao mundo, à laia de um bebé pequenino protegido na barriga da mãe. O que sinto é meu, ninguém mo pode tirar e não dou a ninguém, não vão eles partirem-no e depois não consigo colar tudo como estava antes. Mas a ti dou, deixo que pegues, com cuidadinho para não estragar, mas é tanto teu como meu, ou ainda mais. Dou-te o que sinto, juro que dou, mas ainda não sei como o fazer. Queria ser dono das constelações para te mostrar nas estrelas o que se passa cá dentro, conhecer todas as línguas do mundo e nelas encontrar a palavra ideal que ainda não descobri. Não sei como o fazer, mas prometo que é teu, e de mais ninguém. Ajuda-me a encontrar, estou à procura cada vez mais fundo e sem ti a meu lado não tenho botija, e depois se me falta o ar? Pega com cuidado que é frágil, não deixes cair que ele parte-se! Olha, vês? Olha bem! Só é preciso um espelho, já vês agora? Não quero um diamante, o toque do Midas não me serve de nada, eu já sou Rei e tudo tenho, já encontrei o meu tesouro! Não o consegues ver?

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